Mark Capítulo 4

Mark wrote a short, concise and action-filled Gospel. His goal was to deepen the faith and dedication of the community for which he wrote.

Almeida Recebida 1848

4 : 1 Outra vez começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele tão grande multidão que ele entrou num barco e sentou-se nele, sobre o mar; e todo o povo estava em terra junto do mar.

4 : 2 Então lhes ensinava muitas coisas por parábolas, e lhes dizia no seu ensino:

4 : 3 Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear;

4 : 4 e aconteceu que, quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.

4 : 5 Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda;

4 : 6 mas, saindo o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz, secou-se.

4 : 7 E outra caiu entre espinhos; e cresceram os espinhos, e a sufocaram; e não deu fruto.

4 : 8 Mas outra caiu em boa terra e deu fruto, o qual vingou e cresceu; e produziram uns a trinta, outros a sessenta, e outros a cem.

4 : 9 E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

4 : 10 Quando se achou só, os que estavam ao redor dele, com os doze, interrogaram-no acerca da parábola.

4 : 11 E ele lhes disse: A vós é confiado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parábolas;

4 : 12 para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam e sejam perdoados.

4 : 13 Disse-lhes ainda: Não compreendeis esta parábola? Como pois entendereis todas as parábolas?

4 : 14 O semeador semeia a palavra.

4 : 15 E os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, ouvindo-a eles, vem logo Satanás e tira a palavra que lhes foi semeada no coração.

4 : 16 Do mesmo modo, aqueles que foram semeados nos lugares pedregosos são os que, ouvindo a palavra, imediatamente com alegria a recebem;

4 : 17 mas não têm raiz em si mesmos, antes são de pouca duração; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.

4 : 18 Outros ainda são aqueles que foram semeados entre os espinhos; estes são os que ouvem a palavra;

4 : 19 mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e a cobiça doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.

4 : 20 Aqueles outros que foram semeados em boa terra são os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, a trinta, a sessenta, e a cem, por um.

4 : 21 Disse-lhes mais: Traz-se porventura a lâmpada para ser posta debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não é antes para ser posta no velador?

4 : 22 Porque nada está encoberto que não será manifesto; e nada foi escondido senão para vir à luz.

4 : 23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.

4 : 24 Também lhes disse: Atentai no que estais ouvindo. Com a medida com que medis vos medirão a vós; e a vós, os que ouvis, ainda se vos acrescentará.

4 : 25 Pois ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado.

4 : 26 Disse também: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra,

4 : 27 e dormisse e se levantasse de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse, sem ele saber como.

4 : 28 A terra por si mesma produz fruto, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga.

4 : 29 Mas assim que o fruto amadurecer, logo lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.

4 : 30 Disse ainda: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos?

4 : 31 É como um grão de mostarda que, quando se semeia, é a menor de todas as sementes que há na terra;

4 : 32 mas, tendo sido semeado, cresce e faz-se a maior de todas as hortaliças e cria grandes ramos, de tal modo que as aves do céu podem aninhar-se à sua sombra.

4 : 33 E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, conforme podiam compreender.

4 : 34 E sem parábola não lhes falava; mas em particular explicava tudo a seus discípulos.

4 : 35 Naquele dia, quando já era tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado.

4 : 36 E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia com ele também outros barcos.

4 : 37 E se levantou grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que já se enchia.

4 : 38 Ele, porém, estava na parte de trás, dormindo sobre o travesseiro. E despertando-o, perguntam-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos?

4 : 39 E ele, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E cessou o vento, e fez-se grande bonança.

4 : 40 Então lhes perguntou: Por que sois tão medrosos? Como é que não tendes fé?

4 : 41 E temeram grandemente, e diziam uns aos outros: Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?