Lamentations Capítulo 3

Just as Jeremiah had predicted, Jerusalem fell captive to Babylon. This book records five "laments" for the fallen city.

Almeida Recebida 1848

3 : 1 Eu sou o homem que viu a aflição causada pela vara do seu furor.

3 : 2 Ele me guiou e me fez andar em trevas e não na luz.

3 : 3 Deveras fez virar e revirar a sua mão contra mim o dia todo.

3 : 4 Fez envelhecer a minha carne e a minha pele; quebrou-me os ossos.

3 : 5 Levantou trincheiras contra mim, e me cercou de fel e trabalho.

3 : 6 Fez-me habitar em lugares tenebrosos, como os que estavam mortos há muito.

3 : 7 Cercou-me de uma sebe de modo que não posso sair; agravou os meus grilhões.

3 : 8 Ainda quando grito e clamo por socorro, ele exclui a minha oração.

3 : 9 Fechou os meus caminhos com pedras lavradas, fez tortuosas as minhas veredas.

3 : 10 Fez-se-me como urso de emboscada, um leão em esconderijos.

3 : 11 Desviou os meus caminhos, e fez-me em pedaços; deixou-me desolado.

3 : 12 Armou o seu arco, e me pôs como alvo à flecha.

3 : 13 Fez entrar nos meus rins as flechas da sua aljava.

3 : 14 Fui feito um objeto de escárnio para todo o meu povo, e a sua canção o dia todo.

3 : 15 Encheu-me de amarguras, fartou-me de absinto.

3 : 16 Quebrou com pedrinhas de areia os meus dentes, cobriu-me de cinza.

3 : 17 Alongaste da paz a minha alma; esqueci-me do que seja a felicidade.

3 : 18 Digo, pois: Já pereceu a minha força, como também a minha esperança no Senhor.

3 : 19 Lembra-te da minha aflição e amargura, do absinto e do fel.

3 : 20 Minha alma ainda os conserva na memória, e se abate dentro de mim.

3 : 21 Torno a trazer isso à mente, portanto tenho esperança.

3 : 22 A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim;

3 : 23 renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.

3 : 24 A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele.

3 : 25 Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca.

3 : 26 Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.

3 : 27 Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.

3 : 28 Que se assente ele, sozinho, e fique calado, porquanto Deus o pôs sobre ele.

3 : 29 Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.

3 : 30 Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta.

3 : 31 Pois o Senhor não rejeitará para sempre.

3 : 32 Embora entristeça a alguém, contudo terá compaixão segundo a grandeza da sua misericordia.

3 : 33 Porque não aflige nem entristece de bom grado os filhos dos homens.

3 : 34 Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra,

3 : 35 perverter o direito do homem perante a face do Altíssimo,

3 : 36 subverter o homem no seu pleito, não são do agrado do senhor.

3 : 37 Quem é aquele que manda, e assim acontece, sem que o Senhor o tenha ordenado?

3 : 38 Não sai da boca do Altíssimo tanto o mal como o bem?

3 : 39 Por que se queixaria o homem vivente, o varão por causa do castigo dos seus pecados?

3 : 40 Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los, e voltemos para o Senhor.

3 : 41 Levantemos os nossos corações com as mãos para Deus no céu dizendo;

3 : 42 Nós transgredimos, e fomos rebeldes, e não perdoaste,

3 : 43 Cobriste-te de ira, e nos perseguiste; mataste, não te apiedaste.

3 : 44 Cobriste-te de nuvens, para que não passe a nossa oração.

3 : 45 Como escória e refugo nos puseste no meio dos povos.

3 : 46 Todos os nossos inimigos abriram contra nós a sua boca.

3 : 47 Temor e cova vieram sobre nós, assolação e destruição.

3 : 48 Torrentes de águas correm dos meus olhos, por causa da destruição da filha do meu povo.

3 : 49 Os meus olhos derramam lágrimas, e não cessam, sem haver intermissão,

3 : 50 até que o Senhor atente e veja desde o céu.

3 : 51 Os meus olhos me afligem, por causa de todas as filhas da minha cidade.

3 : 52 Como ave me caçaram os que, sem causa, são meus inimigos.

3 : 53 Atiraram-me vivo na masmorra, e lançaram pedras sobre mim.

3 : 54 Águas correram sobre a minha cabeça; eu disse: Estou cortado.

3 : 55 Invoquei o teu nome, Senhor, desde a profundeza da masmorra.

3 : 56 Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor.

3 : 57 Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas.

3 : 58 Pleiteaste, Senhor, a minha causa; remiste a minha vida.

3 : 59 Viste, Senhor, a injustiça que sofri; julga tu a minha causa.

3 : 60 Viste toda a sua vingança, todos os seus desígnios contra mim.

3 : 61 Ouviste as suas afrontas, Senhor, todos os seus desígnios contra mim,

3 : 62 os lábios e os pensamentos dos que se levantam contra mim o dia todo.

3 : 63 Observa-os ao assentarem-se e ao levantarem-se; eu sou a sua canção.

3 : 64 Tu lhes darás a recompensa, Senhor, conforme a obra das suas mãos.

3 : 65 Tu lhes darás dureza de coração, maldição tua sobre eles.

3 : 66 Na tua ira os perseguirás, e os destruirás de debaixo dos teus céus, ó Senhor.