John Capítulo 7

The Gospel of John, by its form, stands apart from the other three. John organizes his message by focusing on seven signs that point to Jesus as the Son of God. His literaly style is reflective and full of images and figures.

Almeida Recebida 1848

7 : 1 Depois disto andava Jesus pela Galileia; pois não queria andar pela Judéia, porque os judeus procuravam matá-lo.

7 : 2 Ora, estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos.

7 : 3 Disseram-lhe, então, seus irmãos: Retira-te daqui e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.

7 : 4 Porque ninguém faz coisa alguma em oculto, quando procura ser conhecido. Já que fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo.

7 : 5 Pois nem seus irmãos criam nele.

7 : 6 Disse-lhes, então, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo; mas o vosso tempo sempre está presente.

7 : 7 O mundo não vos pode odiar; mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más.

7 : 8 Subi vós à festa; eu não subo ainda a esta festa, porque ainda não é chegado o meu tempo.

7 : 9 E, havendo-lhes dito isto, ficou na Galileia.

7 : 10 Mas quando seus irmãos já tinham subido à festa, então subiu ele também, não publicamente, mas como em secreto.

7 : 11 Ora, os judeus o procuravam na festa, e perguntavam: Onde está ele?

7 : 12 E era grande a murmuração a respeito dele entre as multidões. Diziam alguns: Ele é bom. Mas outros diziam: não, antes engana o povo.

7 : 13 Todavia ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus.

7 : 14 Estando, pois, a festa já em meio, subiu Jesus ao templo e começou a ensinar.

7 : 15 Então os judeus se admiravam, dizendo: Como sabe este letras, sem ter estudado?

7 : 16 Respondeu-lhes Jesus: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.

7 : 17 Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é dele, ou se eu falo por mim mesmo.

7 : 18 Quem fala por si mesmo busca a sua própria glória; mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.

7 : 19 Não vos deu Moisés a lei? No entanto nenhum de vós cumpre a lei. Por que procurais matar-me?

7 : 20 Respondeu a multidão: Tens demônio; quem procura matar-te?

7 : 21 Replicou-lhes Jesus: Uma só obra fiz, e todos vós admirais por causa disto.

7 : 22 Moisés vos ordenou a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais), e no sábado circuncidais um homem.

7 : 23 Ora, se um homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, como vos indignais contra mim, porque no sábado tornei um homem inteiramente são?

7 : 24 Não julgueis pela aparência mas julgai segundo o reto juízo.

7 : 25 Diziam então alguns dos de Jerusalém: Não é este o que procuram matar?

7 : 26 E eis que ele está falando abertamente, e nada lhe dizem. Será que as autoridades realmente o reconhecem como o Cristo?

7 : 27 Entretanto sabemos donde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá donde ele é.

7 : 28 Jesus, pois, levantou a voz no templo e ensinava, dizendo: Sim, vós me conheceis, e sabeis donde sou; contudo eu não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis.

7 : 29 Mas eu o conheço, porque dele venho, e ele me enviou.

7 : 30 Procuravam, pois, prendê-lo; mas ninguém lhe deitou as mãos, porque ainda não era chegada a sua hora.

7 : 31 Contudo muitos da multidão creram nele, e diziam: Será que o Cristo, quando vier, fará mais sinais do que este tem feito?

7 : 32 Os fariseus ouviram a multidão murmurar estas coisas a respeito dele; e os principais sacerdotes e os fariseus mandaram guardas para o prenderem.

7 : 33 Disse, pois, Jesus: Ainda um pouco de tempo estou convosco, e depois vou para aquele que me enviou.

7 : 34 Vós me buscareis, e não me achareis; e onde eu estou, vós não podeis vir.

7 : 35 Disseram, pois, os judeus uns aos outros: Para onde irá ele, que não o acharemos? Irá, porventura, à Dispersão entre os gregos, e ensinará os gregos?

7 : 36 Que palavra é esta que disse: Buscar-me-eis, e não me achareis; e, Onde eu estou, vós não podeis vir?

7 : 37 Ora, no seu último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.

7 : 38 Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva.

7 : 39 Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado.

7 : 40 Então alguns dentre o povo, ouvindo essas palavras, diziam: Verdadeiramente este é o profeta.

7 : 41 Outros diziam: Este é o Cristo; mas outros replicavam: Vem, pois, o Cristo da Galileia?

7 : 42 Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, a aldeia donde era Davi?

7 : 43 Assim houve uma dissensão entre o povo por causa dele.

7 : 44 Alguns deles queriam prendê-lo; mas ninguém lhe pôs as mãos.

7 : 45 Os guardas, pois, foram ter com os principais dos sacerdotes e fariseus, e estes lhes perguntaram: Por que não o trouxestes?

7 : 46 Responderam os guardas: Nunca homem algum falou assim como este homem.

7 : 47 Replicaram-lhes, pois, os fariseus: Também vós fostes enganados?

7 : 48 Creu nele porventura alguma das autoridades, ou alguém dentre os fariseus?

7 : 49 Mas esta multidão, que não sabe a lei, é maldita.

7 : 50 Nicodemos, um deles, que antes fora ter com Jesus, perguntou-lhes:

7 : 51 A nossa lei, porventura, julga um homem sem primeiro ouvi-lo e ter conhecimento do que ele faz?

7 : 52 Responderam-lhe eles: És tu também da Galileia? Examina e vê que da Galileia não surge profeta.

7 : 53 [E cada um foi para sua casa.