Matthew Capítulo 27

This Gospel quotes many texts from the Old Testament. It was primarily aimed at the Jewish public, for whom it presented Jesus as the promised Messiah in the Old Testament Scriptures. Matthew tells the story of Jesus from his birth to his resurrection and places special emphasis on the teachings of the Master.

Almeida Recebida 1848

27 : 1 Ora, chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem;

27 : 2 e, maniatando-o, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador.

27 : 3 Então Judas, aquele que o traíra, vendo que Jesus fora condenado, se arrependeu e devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e anciãos, dizendo:

27 : 4 Pequei, traindo o sangue inocente. Responderam eles: Que nos importa? Isso é contigo.

27 : 5 E tendo ele atirado para dentro do templo as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se.

27 : 6 Os principais sacerdotes, pois, tomaram as moedas de prata, e disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue.

27 : 7 E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo do oleiro, para servir de cemitério para os estrangeiros.

27 : 8 Por isso tem sido chamado aquele campo, até o dia de hoje, Campo de Sangue.

27 : 9 Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, a quem certos filhos de Israel avaliaram,

27 : 10 e deram-nas pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor.

27 : 11 Jesus, pois, ficou em pé diante do governador; e este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: É como dizes.

27 : 12 Mas ao ser acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.

27 : 13 Perguntou-lhe então Pilatos: Não ouves quantas coisas testificam contra ti?

27 : 14 E Jesus não lhe respondeu uma palavra sequer; de modo que o governador muito se admirou.

27 : 15 Ora, por ocasião da festa costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse.

27 : 16 Nesse tempo tinham um preso notório, chamado Barrabás.

27 : 17 Portanto, estando o povo reunido, perguntou-lhe Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado o Cristo?

27 : 18 Pois sabia que por inveja o haviam entregado.

27 : 19 E estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas na questão desse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele.

27 : 20 Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e fizessem morrer Jesus.

27 : 21 O governador, pois, perguntou-lhes: Qual dos dois quereis que eu vos solte? E disseram: Barrabás.

27 : 22 Tornou-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, que se chama Cristo? Disseram todos: Seja crucificado.

27 : 23 E o governador disse: Mas que mal fez ele? Porém, eles clamavam ainda mais: Seja crucificado!

27 : 24 Ao ver Pilatos que nada conseguia, mas pelo contrário que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Sou inocente do sangue deste Justo; seja isso lá convosco.

27 : 25 E todo o povo respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.

27 : 26 Então lhes soltou Barrabás; mas a Jesus mandou açoitar, e o entregou para ser crucificado.

27 : 27 Nisso os soldados do governador levaram Jesus ao pretório, e reuniram em torno dele toda a coorte.

27 : 28 E, despindo-o, vestiram-lhe um manto escarlate;

27 : 29 e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana, e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!

27 : 30 E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e davam-lhe com ela na cabeça.

27 : 31 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto, puseram-lhe as suas vestes, e levaram-no para ser crucificado.

27 : 32 Ao saírem, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus.

27 : 33 Quando chegaram ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira,

27 : 34 deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber.

27 : 35 Então, depois de o crucificarem, repartiram as vestes dele, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica deitaram sortes.

27 : 36 E, sentados, ali o guardavam.

27 : 37 Puseram-lhe por cima da cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.

27 : 38 Então foram crucificados com ele dois ladrões, um à direita, e outro à esquerda.

27 : 39 E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça

27 : 40 e dizendo: Tu, que destróis o santuário e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz.

27 : 41 De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam:

27 : 42 Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar. Se ele é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e creremos nele.

27 : 43 Confiou em Deus; livre-o, pois, agora, se lhe quer bem; pois disse: Eu sou o Filho de Deus.

27 : 44 O mesmo lhe lançaram em rosto também os ladrões que com ele foram crucificados.

27 : 45 E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona.

27 : 46 Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

27 : 47 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Ele chama por Elias.

27 : 48 E logo correu um deles, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, pondo-a numa cana, deu-lhe a beber.

27 : 49 Os outros, porém, disseram: Deixa; vejamos se Elias vem salvá-lo.

27 : 50 De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito.

27 : 51 E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam

27 : 52 e os sepulcros se abriram. E muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados

27 : 53 e saíram dos sepulcros após a ressurreição dele e, entrando na cidade santa, apareceram a muitos.

27 : 54 Ora, o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus.

27 : 55 Também estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia para o ouvir,

27 : 56 entre as quais se achavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.

27 : 57 Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também era discípulo de Jesus.

27 : 58 Esse foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lhe fosse entregue.

27 : 59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo, de linho,

27 : 60 e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto na rocha; e, rolando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se.

27 : 61 Mas achavam-se ali Maria Madalena e a outra Maria, sentadas defronte do sepulcro.

27 : 62 No dia seguinte, isto é, o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus perante Pilatos,

27 : 63 e disseram: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, quando ainda vivo, afirmou: Depois de três dias ressuscitarei.

27 : 64 Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia; para não suceder que, vindo os discípulos, o furtem e digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e assim o último engano será pior do que o primeiro.

27 : 65 Disse-lhes Pilatos: Tendes uma guarda; ide, tornai-o tão seguro quanto puderdes.

27 : 66 Foram, pois, e tornaram seguro o sepulcro, selando a pedra, e deixando ali a guarda.